sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Capitão João Machado Santiago - Um dos primeiros Prefeitos de Biguaçu

Era o ano de 1833. Nosso país já era independente de Portugal e Dom Pedro I já tinha saído do Brasil e estava brigando com seu irmão Miguel pelo trono de Portugal. Seu filho, Dom Pedro II, ainda não era maior de idade e quem comandava o Brasil era a agora chamada Regência Trina Permanente. Foi nesse mesmo ano de 1833 que Biguaçu foi elevada à categoria de Vila, o que a tornava no que hoje chamamos de município.

Quatro anos depois formou-se a 2ª legislatura da câmara municipal (1837-1838) e nela estava o Capitão João Machado Santiago, um personagem com alguma relevância para a história de Biguaçu e hexavô dos escritores do blog. João não só estava entre os vereadores da cidade, mas veio a ser presidente da Câmara em 1837. Também foi vereador na 6ª legislatura (1845-48), sendo novamente presidente da câmara no biênio de 1845-46.

Cabe lembrar que nesse período o presidente do legislativo atuava como chefe do executivo (administrador municipal), o que equivale ao atual cargo de prefeito. Portanto, João Machado Santiago foi duas vezes prefeito de Biguaçu, no século 19.

Santiago também foi listado como suplente de vereador na 3ª, 5ª, 7ª e 8ª legislaturas.

João, que era capitão, vem de uma família de militares, já que seu pai Manoel Machado Santiago é chamado de Alferes no registro de casamento de João:

"... João Machado S. Tiago filho legítimo do Alferes João Machado, digo, Manoel Machado S. Tiago"
Presta atenção aí né escrivão, já ia chamando o pai pelo nome do filho!

Quem foi Manoel, pai de João? Ainda não sabemos. Alguns registros de casamento dos filhos mostram que a esposa de Manoel e mão de João era natural de São Miguel (como era chamado Biguaçu na época), mas pareciam não falar da naturalidade de Manoel. O registro de casamento da filha Anna Caetana, no entanto, aponta que o casal (Manoel e Esposa) eram naturais daquela freguesia. No casamento da filha Tereza, (irmã de João), Manoel novamente é chamado de Alferes, confirmando sua condição de militar. 

João Machado Santiago casou em 1 de junho de 1803 com Delfina Rosa, filha de José Furtado e Severina Francisca. Ele é chamado de capitão em registro de batismo e casamento de filhos, e no registro de óbito da esposa. Aliás, quando ela morreu em 1864, já era viúva.


 Descendentes

Entre os filhos de João estava Maria Machado de Santiago, pentavó dos escritores do blog.  Maria casou-se com João Silveira Amorim antes de 1835, já que nesse ano eles batizaram um filho "legítimo" (Justiniamo) em 13 de novembro. 

O casal teve vários filhos, inclusive Francisca Maria de Jesus, tetravó dos escritores do blog, nascida em 20 de dezembro de 1838, em Biguaçu. Francisca casou-se com Luiz Florencio Machado em 13 de fevereiro de 1858, quando ela tinha 19 anos. Seu esposo morreria antes dela, e Francisca contrairia novas núpcias com José Manoel Gonçalves, em 1893.

Luiz Florêncio e Francisca Maria são os pais de Maria Francisca Alexandrina de Jesus, que casou-se com um Estácio. Ela e sua descendência estão descritos no Artigo "Estácio, que Estácio?"


Sequência genealógica:

Do mais novo para o mais velho, o seguinte é genitor do anterior.
Geraldo Francisco Pinheiro Filho - Geraldo Francisco Pinheiro - Maria Francisca Alexandrina - Francisca Maria de Jesus - Maria Machado de Santiago - Capitão João Machado Santiago.

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FONTES:

SANTOS, Joaquim Gonçalves dos. Biguaçu ao Alcance de Todos - Parte I". Blumenau: Nova Letra, 2015.
https://pt.calameo.com/read/003494106f12870af3952

ANDERSON, Bruno et al., Resgate Histórico do Legislativo e Executivo Biguaçuense. Biguaçu: Coan, 2015.
https://static.fecam.net.br/uploads/16/arquivos/1298685_1___LIVRO_FINALIZADO.pdf

Casamento de João Machado Santiago
Registros da Igreja Católica, Nossa Senhor do Desterro - Casamento, 1798-1809 - fl 104v (IMG114):

Óbito de Delfina Rosa Furtado, esposa de João Machado Santiago
Registros da Igreja Católica, Biguassú - Óbitos, 1859-1873 - fl 19 (IMG22):

Batismo de Justiniano Amorim
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-SCT3?i=202&cc=2177296

Batismo de Francisca Maria de Jesus
Registros da Igreja Católica, São Miguel - Batizados, 1836-1851 - fl 48v (IMG51):

Casamento de Luiz Florencio Machado
Registros da Igreja Católica, São Miguel - Casamentos, 1856-1860 - fl 21 (IMG24):



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

OS DRUMMONDS - DA ESCÓCIA MEDIEVAL À BIGUAÇU-SC

A internet possibilitou a pesquisa colaborativa, onde uma pessoa acha um documento e registra uma pessoa antiga, e outro complementa com familiares ou outros documentos da mesma pessoa. O Capitão Kirk da nave Enterprise vai me emprestar seu prólogo, porque na genealogia, estamos indo onde ninguém jamais antes esteve!

As descobertas não param e nos levam a labirintos genealógicos onde é fácil se perder, na rede interminável de conexões. Mas vamos destrinchar aqui uma ramo curioso da genealogia da minha família. Uma linha que nos leva do Brasil aos portugueses, e deles a um clã escocês: O clã Drummond.

Antes de mais nada, é importante lembrar que estamos falando de 10, 20 gerações acima dos escritores do blog, e se uma dessas ligações estiver errada, o vínculo todo dali pra cima se perde. Feito essa ressalva, vamos viajar no tempo e no espaço, voltando à Escócia do século 13 (ou antes).

Castelo Drummond
Clique aqui para ver no google maps - aqui pode ver em 360º - outra foto em 360º

Origem do clã

O nome do Clã Drummond parece derivar da paróquia de Drymen, no que hoje é o distrito oeste de Stirlingshire. O nome gaélico é Druiman (ou dromainn), significando uma crista ou terreno elevado. Há uma lenda que diz que o primeiro morador de Drymen foi um húngaro chamado Maurício, que acompanhava, nas batalhas inglesas pelo trono, um príncipe húngaro chamado George (György).  Segundo a lenda, George estava ao lado de Edgard de Wessex, na sua fuga para a Escócia, quando este fugia de Guilherme da Normandia. Edgard foi o último rei anglo-saxão da Inglaterra.

O relato de Edgard é histórico, mas a companhia de George ou Maurício parece carecer de fontes históricas. A tradição diz que Maurício, membro dessa companhia, foi o fundador do clã Drummond. Maurício e os próximos 4 chefes da casa dos Drummond não tem prova documental. 

O Clã escocês: Pessoas documentadas

Uma ilustração romantizada da era
vitoriana 
de um membro do clã 
Drummond, por RR Mclan, 
em
Os clãs das Terras Altas da Escócia
publicada em 1845.

Só no século 13 encontramos o primeiro Drummond com registro histórico, Sir Malcom Drummond (III), 6º camareiro de Lennox. Este Malcom era de baixa estatura, e ganhou o apelido de Malcom Beg (Malcom Pequeno). Ele casou com Ada, uma nobre, filha do Conde de Lennox.  Malcolm Beg é tido como o 6º Chefe da casa dos Drummonds. Ele Morreu em 1270.

Sir Malcolm Beg Drummond e Ada tiveram, entre seus filhos, Sir Malcolm Drummond (IV), 7º camareiro de Lennox. Malcom nasceu cerca de 1239, e há um documento em 1271 onde ele assina como testemunha perante o conde de Monteith.

O próximo chefe do clã foi o filho do Malcom IV, chamado de John Drummond (II). Ele é o segundo John porque, na linhagem sem documentação, alega-se ter havido outro John. Este foi o 8º camareiro de Lennox e casou-se com a filha de sir Walter Stewart, conde de Monteith. John foi aprisionado pelos ingleses de 1286 a 1297. Morreu em 1301. Há um documento onde ele aparece tendo jurado lealdade a Eduardo, o Primeiro, da Inglaterra. O rei Eduardo é retratado no filme “Coração Valente” como antagonista de William Wallace. 

Sir Malcolm Drummond (V) , filho de John Drummond (II), foi o 9º camareiro de Lennox. Ele foi companheiro de Roberto de Bruce, rei da Escócia, e após a batalha de Bannockburn recebeu terras deste em Perth. Malcolm V casou-se com uma filha de sir Patrick Graham of Kincardine, chamada de Margaret Graham. A Malcolm é creditada a implantação de estrepes , pontas de ferro tetraédricas que, quando jogadas no solo com uma ponta para cima, ferem os cavalos e derrubam os cavaleiros; eles foram muito eficientes contra a cavalaria inglesa.

Robert de Bruce é o rei escocês retratado no filme “Coração Valente”. No filme, ele trai William Wallace, e depois se arrepende e termina a batalha iniciada por Wallace, levando a Escócia à independência da Inglaterra. Não acredite em tudo que você em filmes, Robert não era esse traidor de Hollywood!

William Wallace (Mel Gibson) e Robert de Bruce(Angus Macfadyen), no filme Coração Valente


O filho de Malcolm V foi o 10º camareiro de Lennox, seu nome era Malcolm Drummond (VI). Companheiro do rei David II da Escócia, este Malcom lutou na batalha de Durham. Nessa época a Escócia ainda lutava para se manter independente da Inglaterra. Quando a França planejou uma invasão à Inglaterra em 1346, David II decidiu aumentar a pressão sobre os ingleses por levar um exército para Durham, sob domínio inglês. Malcolm VI acompanhou o rei nesse exército e morreu nessa batalha. Sua filha Margaret (Margarida?) foi rainha consorte, esposa de David II da Escócia. 

Castelo Stobhall e sua capela
Clique aqui para ver no google Maps
O 11º e último Drummond camareiro de Lennox foi Sir John Drummond (III). Casou-se com Mary, filha de sir William de Montifex, barão de Cargill . John III envolveu-se numa disputa com os seus parentes, os Stewarts de Monteith, com guerras de clãs e mortandades em ambos os lados. Por causa dessas disputas, ele deixou de morar em Drumen e fixou residência no castelo de Stobhall (ao lado e vídeo no fim do artigo), em Perth, que herdou através do casamento com Montifex. John III foi iustitiarius Scotiæ (Juiz) em 1332. John morreu em 1373. Sua filha, Anabella, foi rainha consorte da Escócia, casada com Robert III. Ela é antepassada dos “Reis Jaimes”, inclusive daquele que autorizou uma tradução da Bíblia (Versão Rei Jaime, ou King James Version).

O próximo escocês na linhagem foi John Drummond (IV). Filho do John acima descrito e irmão da rainha Anabella. John IV casou-se com Elizabeth Sinclair, filha de sir Henry Sinclair, conde de Caithness e duque de Oldenburg na Dinamarca. John IV foi iustitiarius em 1391. Ele morreu em 1428.


Os Drummonds chegam a Portugal

Ilha da Madeira, em relação à África e Portugal
Clique aqui para ver no google Maps

 John Drummond (V), ou João Escócio era filho de John IV, mas não era o chefe do clã (cargo ocupado por seu irmão Walter). Como muitos nobres medievais, ele decidiu tornar-se um cavaleiro andante, colocando suas habilidades a disposição de outros nobres ou reis. Isso o fez lutar contra a Inglaterra, ao lado da França na época de Joana D’Arc. Em 1427 ele já estava lutando em Castela, ao lado de D. João I, contra o reino muçulmano de Granada, que seria derrotada mais tarde por Fernando e Isabel. Estando na península Ibérica, não foi difícil para John V se colocar sob autoridade de Portugal. Ali ele recebeu em 1430 uma sesmaria na Ilha de Madeira, onde John casou-se com uma portuguesa, chamada Branca Affonso, irmã do primeiro vigário de Santa Cruz na Madeira. Morreu em 1460, na madeira. 

Entre os filhos de John V estavam Isabel, antepassada de Carlos Drummond de Andrade, Diogo e Catarina. 

Diogo Drummond era chamado de Escórcio, por seu pai ter vindo da Escócia. Estima-se seu nascimento em 1458. Era Padre e teve 3 filhos de Joana Fernandes, que fez reconhecer como legítimos. Era mercador nos Açores e morava na rua direita, Funchal (Madeira). Fez testamento em 17 de Outubro de 1517, na quinta de seu cunhado Antão Álvares de Carvalho (situada atrás da capela de São José) e faleceu 4 dias depois.

Sua irmã Catarina Drummond casou-se com Gaspar Gonçalves Ferreira e teve uma filha chamada Mécia Lourenço Drummond.

Ora ocorreu que Diogo teve uma filha chamada Joana, mesmo nome da esposa dele. Esta ficou conhecida como Joana Escórcia, prima de Mécia. Joana casou-se com o filho de sua prima Mécia, João Gonçalves Drummond. O Casal teve um filho, que será descrito a seguir:

Os Drummonds chegam ao Brasil

João Gonçalves Drummond e Joana Escórcia foram pais de Manoel da Luz Escórcio Drummond. Aponta-se seu nascimento para o ano de 1525, em Santa Cruz, Funchal, Ilha da Madeira. O capitão Manoel veio ao Brasil e em São Vicente foi tabelião. Também foi capitão da fortaleza (presídio) de Santos. Enviuvando em São Vicente, casou uma segunda vez e se recolheu para o Rio de Janeiro com seu genro João de Sousa Botafogo".


Sobre o bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro – A última Drummond dessa linhagem

Maria da Luz Escórcia Drummond, filha de Manoel, é a última Drummond da nossa lista (que usa esse sobrenome). Algumas fontes apontam que ela nasceu na Ilha da Madeira, outras afirmam que ela nasceu no Brasil. Maria casou-se com João de Souza Pereira “Botafogo”. Os franceses inicialmente habitavam o lugar, mas foram expulsos por Estácio de Sá. João, esposo de Maria Drummond, comprou as terras e acabou emprestando seu sobrenome ao afamado bairro do Botafogo. O sobrenome de nascimento de João era Souza Pereira. Botafogo é um apelido dado aos artilheiros de armas manuais. Esse casal é bisavô do Capitão-Mor Salvador de Sousa Brito, primeiro governador de Santa Catarina. Este blog já escreveu um artigo sobre ele aqui.


A Linhagem

Geraldo Francisco Pinheiro Filho (1924- 1991, avô dos escritores) - Geraldo Francisco Pinheiro (1881-1930) - Francisco Joaquim Estácio (1855-?) - Francisca Maria de Jesus - João Silveira de Amorim - Anna Roza Amorim (A. 1794-1869) - Manoel de Amorim Pereira (1755-?) - Antonio de Amorim Pereira (1734-?) - Andreza de Souza (1710-?) - Capitão-mor Salvador de Sousa Brito (A. 1656-1729, tido como o primeiro governador de Santa Catarina e fundador da Enseada de Brito, em Palhoça) - Andreza de Sousa Coutinho (1629-?) - Jeronymo de Sousa Brito (1586-?) - Maria da Luz Escórcia Drummond (1545-1627, última Drummond na linhagem, esposa do Botafogo) - Manoel da Luz Escórcio Drummond (1525-1620) - Joana Escórcia (1507-?) - Diogo Drummond Escórcio (1458-1517) - John Drummond (1391-1470, saiu da Escócia e acabou na Ilha Madeira) - John Drummond (1362-1402, último dessa linhagem a permanecer na Escócia*) - John Drummond (1318-1373, pai da rainha Anabella, da Escócia) - Malcolm Drummond (1270-1325, lutou ao lado de Robert de Bruce) - John Drummond (?-1301) - Malcolm Drummond (1239-1272) - Malcolm "Beg" Drummond (1169-1259 - primeiro chefe do clã com registro histórico) - mais 5 gerações de lendas, talvez reais, até o fundador do clã.

TOTAL - 29 gerações, ou 24 com registro:

* Obvamente outros Drummonds ficaram na Escócia, este John foi o último da linhagem que leva ao Geraldo que morreu na Escócia.

Vídeo do Castelo de Sotbhall:

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FONTES:


The genealogy of the most noble and ancient house of Drummond
Livro em Inglês - no formato PDF
https://www.electricscotland.com/webclans/dtog/drummond.pdf

Clã Drummond:
https://www.electricscotland.com/webclans/dtog/drummon2.html
http://genealogiadasgeraes.blogspot.com/2013/11/os-drummonds-da-madeira-e-as.html
http://genealogiadasgeraes.blogspot.com/2013/11/a-correspondencia-entre-os-drummonds-da.html
http://livrozilla.com/doc/559525/xvi.-drummond

Sobre o príncipe Húngaro George:
https://en.wikipedia.org/wiki/George,_son_of_Andrew_I_of_Hungary

Sobre Edgard de Wessex:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_de_Wessex

Origem nome bairro Botafogo:
https://www.genealogiabrasileira.com/titulos_perdidos/cantagalo_ptbotafogo.htm
http://www.jangadabrasil.com.br/agosto-al120800-htm/
https://www.amabotafogo.org.br/historia-do-bairro

Batalha de Durham, da qual Malcom Drummond (VI) participou:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerras_de_independ%C3%AAncia_da_Esc%C3%B3cia

Sobre Diogo:
Livro Genealogia Da Familia Drummond De Luiz Peter Clode Pag 18

Sobre Manoel da Luz Escórcio Drummond:
https://martin.romano.org/ps05/ps05_405.htm


domingo, 17 de fevereiro de 2019

PAULO ROBERTO, UM SONHADOR!

Este artigo tem a intenção de registrar um pouco da vida e da Genealogia de Paulo Roberto da Silva, um homem que sonhou com um mundo mais justo, e lutou a luta de outros.

O trabalho está dividido em 3 partes:

1) Um pouco da história de Paulo Roberto.

2) Genealogia de Paulo Roberto até a geração de trisavós.

3) A linhagem que leva à família Arzão


PAULO ROBERTO DA SILVA - UM FRANCISQUENSE NO COMASA


Paulo Roberto da Silva nasceu em São Francisco do sul, em 21 de fevereiro de 1953, gêmeo de Paulo Gualberto da Silva. Seu irmão primogênito chamava-se Waldemiro e o do meio, José Carlos.

A família de Paulo Roberto mudou-se para Joinville e estabeleceu-se no Comasa, em Joinville (SC), onde estavam entre os primeiros moradores do bairro.

Paulo trabalhou na Tupy e terminou sua vida profissional na Ambalit, que veio a falir.

Seu espírito voluntário se tornou evidente quando se tornou Presidente da Associação de Moradores do bairro Comasa, função que ocupou com atitude nos anos próximos à virada do século. Entre seus objetivos estava o de não permitir que a Associação se tornasse palanque de político.

Paulo, à esquerda.
Jornal do Boa Vista, Edição de 39 de Julho de 2001
O Jornal "O Vizinho" (clique para ler a matéria), na sua edição de Nº 395, de 07/2001 da região 5, traz matéria onde Paulo Roberto é entrevistado. Entre as preocupações do líder comunitário estavam os "sérios problemas de saúde pública, falta de médicos, enchentes, esgotos a céu aberto, ratos aos montes. Mas, a violência e o abandono do Sítio Arqueológico do Sambaqui... eram ...os mais graves."

Seu veio político o levou à presidência regional do PCdoB (em Joinville) também na virada do século. Rodrigo Duarte Maia, militante do PCdoB, contou que quando entrou para o partido, por volta dos seus 12 ou 13 anos, conheceu Paulo. Rodrigo o descreveu como "uma grande liderança" e "alguém que se doava" no partido.

Paulo Roberto, na frente à direita.
Paulo foi presidente regional do PCdoB
Armando Burg, outro companheiro de partido na época, descreveu Paulo como uma pessoa bem envolvida e articulada. Como presidente, Paulo Roberto primava por reuniões que começassem no horário, exigindo que os companheiros respeitassem a hora marcada.

Quando a empresa Ambalit abriu falência, Paulo Roberto esteve na associação da massa falida, quando lutou ao lado de companheiros e do advogado Giovane Cemin. As batalhas jurídicas se davam no sentido de não deixar os trabalhadores desprovidos do que lhes era direito. Erasmo Vieira, que foi presidente e depois membro da direção do PCdoB, e atuou com Paulo Roberto, comentou com os editores do blog:
"[...] vivenciamos a luta dele, pela preservação do espaço físico da Ambalit e sextas básicas para vários colegas dele na empresa. [...] e paralelamente a [luta] judicial para garantir pagamento de passivos trabalhistas não pagos então, quando abriram falência."
Armando Burg confirmou ser marcante a luta de Paulo Roberto para conseguir cestas básicas para os trabalhadores da Ambalit, junto ao sindicato. "Ele tinha essa personalidade, se não tinha gente pra juntar e partir pra cima, ele partia sozinho." Afirmou Burg.

Em 2001, no governo do prefeito Luís Henrique, Paulo foi suplente do Conselho de Acompanhamento e Controle Social, do Programa de Renda Mínima vinculado à educação Bolsa-Escola. Também foi membro do Conselho de Saúde.

Mais tarde, quando funcionários da Cipla de Joinville entraram em greve, Paulo decidiu apoiá-los. Ele contava que chegou a ser agredido pela polícia, que recebeu ordens para usar a força.

Armando Burg mencionou uma característica marcante de Paulo Roberto: Ele era um homem ímpar. Nos espaços de lazer da Ambalit, quando se viam algumas pessoas agrupadas, notava-se que elas estavam orbitando em torno de um homem que falava mais alto que os demais, sobressaindo-se. Esse era o Paulo.

Mario Colin, que foi diretor da Ambalit, comentou que Paulo Roberto  era um homem muito competente no trabalho que realizava. Na parte técnica, ele estava sempre certo, se falava que uma peça estava fora das medidas, ela estava. Podia realizar a medição se quisesse, mas ia confirmar que estava errada.  

Mario também disse Paulo era um homem bem direto e sem firulas. Quando alguém queria falar com ele, Mario, sempre parava na secretária e pedia permissão pra entrar. Paulo, porém, entrava direto na sala do diretor Mario, falava "Bom dia seu Mario, o turno da noite fez isso e aquilo e tá errado, vou refazer por causa disso e daquilo. Obrigado pela atenção" e saía. O Mario achava engraçado que ele, sendo diretor, não tinha tempo de falar nem A nem B, só tinha que aceitar e tava acabado. E ainda era agradecido pela "conversa".

Paulo terminou seus últimos anos na querida São Francisco do Sul que o viu nascer num sábado de 1953. "Joinville perdeu um guerreiro." - Completou Burg. Paulo Roberto faleceu em 16 de julho de 2018.


GENEALOGIA 


PAIS DE PAULO ROBERTO


José Domingos
Rosa Paulo
José Domingos da Silva nasceu em 21 de junho de 1910. Foi batizado
na igreja do Santíssimo Sacramento, em Itajaí (SC), em 17 de Setembro do mesmo ano.
José casou-se com Rosa Paulo, que nasceu em 23 de janeiro de 1917, às 13h30, também em Itajaí. O registro de nascimento informava que o nome dela era Floresbella, o que foi corrigido para Rosa numa averbação (nota marginal). Rosa perdeu a mãe quando tinha 21 anos de idade.
O casamento ocorreu em Itajaí, em 8 de agosto de 1932.
Durante algum tempo de sua vida, José Domingos foi estivador. Ele morreu em 21 de agosto de 1974, às 16h30. Rosa Paulo faleceu de infarto cerebral-broncopneumonia caquexia, em 7 de novembro de 1993, no Hospital Regional de Joinville, às 15h10.


GERAÇÃO DE AVÓS DE PAULO ROBERTO

Casal 1 - Foram avós paternos: Nicolau Marques da Silva e Josefa Rosa dos Santos. Ele nasceu em Itajaí (SC) em 8 de novembro de 1872.
Assinatura de Nicolau Marques da Silva
 Nicolau foi batizado um mês depois (8 de dezembro) na igreja do Santíssimo Sacramento, em Itajaí. Nicolau e Josefa não foram casados, haja vista que no registro de batismo do filho José Domingos, o mesmo foi anotado como "filho natural" e não como "legítimo" e Nicolau é descrito como "solteiro". No seu registro de óbito, Nicolau ainda é declarado "solteiro", o que reforça a ideia de que não se casou com a mãe de seu filho José.

Não se sabe quando Josefa Rosa dos Santos, a mãe de José Domingos, nasceu ou faleceu. No registro de óbito do filho ela já era morta. Nicolau faleceu às 2h da madrugada de 25 de abril de 1914, quando o filho José ainda não tinha completado 4 anos. Foi enterrado no Cemitério Público de Itajaí

Casal 2 - Os avós maternos de Paulo Roberto são Mathias e Maria das Dores. Mathias José Paulo nasceu aproximadamente em 1878, já que tinha 39 anos quando a filha Rosa nasceu, em 1917. Era jornaleiro, uma expressão que atualmente se traduz por "diarista". Mathias casou-se com Maria das Dores dos Santos.
Maria faleceu em 16 de fevereiro de 1938 e foi enterrada no Cemitério Público da Fazenda, em Itajaí. Mathias José morreu em data incógnita.
O registro de óbito de Maria das Dores mostra que o casal teve dez filhos, sendo Rosa a penúltima.


GERAÇÃO DE BISAVÓS DE PAULO ROBERTO

Casal 3 - É formado pelos pais de Nicolau Marques da Silva, Antonio Martins da Silva e Flaviana Maria da Silva. Antonio nasceu em Portugal, na capital Lisboa (segundo seu registro de casamento, Antonio era da agora extinta freguesia de Santa Maria de Belém). Nasceu em 12 de janeiro de 1832 e foi batizado na paróquia da Ajuda, aos 21 de fevereiro de 1832. Morreu em 29 de Abril de 1904 com 72 anos.

Flaviana era natural de Itajaí e nasceu em 6 de junho de 1840 e foi batizada em 5 de dezembro do mesmo ano. Ela já tinha o sobrenome Silva de família. Eles se casaram em 17 de janeiro de 1860, na igreja do Santíssimo Sacramento, em Itajaí. Flaviana, que também aparece como Floriana em alguns registros, faleceu em 14 de dezembro de 1895.

Parte do documento de casamento de Antonio e Flaviana. Nota-se em destaque os nomes dos
pais de Antonio e a menção de que são de Lisboa, Portugal.

Casal 4 - Estes são os pais de Josefa Rosa dos Santos, João Antonio dos Santos e Mauricia Rosa dos Santos. Outros dados são desconhecidos, uma vez que só há a menção dos nomes deles no registro de nascimento do neto José Domingos da Silva.

Casal 5 - Pais de Matias José Paulo, desconhecidos pelos autores deste blog.

Casal 6 - Pais de Maria das Dores Santos. Seus nomes eram Manoel dos Santos e Felicidade dos Santos.


GERAÇÃO DE TRISAVÓS DE PAULO ROBERTO

Somente são conhecidos os trisavós da ascendência do casal 3, Antonio e Flaviana, já que os nomes dos pais constam no registro de casamento deles.

Casal 7 - Estes são os pais de Antonio Martins da Silva. Seus nomes são Domingos Martins da Silva e Maria Ignes. Segundo consta no registro de batismo do filho, residiam na Calçada da Ajuda, na época, da freguesia que citamos ao comentar o filho.

Casal 8 - São os pais de Flaviana Maria da Silva. Seus nomes são João Gonçalves da Silva e Joaquina Maria da Silva. João é natural de Itajaí (SC) e nasceu aproximadamente em 1790, vindo a falecer em Itajaí em 8 de junho de 1885. Segundo o registro de óbito de Joaquina, ela nasceu em 1822 e faleceu em 10 de junho de 1887, na mesma cidade.

A ascendência a partir de Joaquina merece destaque, e ganhou um subtítulo próprio depois da história de Paulo Roberto da Silva.


ÁRVORE GENEALÓGICA DE PAULO ROBERTO DA SILVA


 

ATÉ A FAMÍLIA ARZÃO

A ascendência da Paulo Roberto da Silva, a partir da sua trisavó Joaquina Maria da Silva, ganha contornos históricos de peso, haja vista que encontramos aqui a família Arzão, que destacou-se na busca do ouro e nos primórdios de Itajaí.

A história toda tem um elo que gera dúvida, na questão do pai de Joaquina Maria da Silva: Segundo algumas árvores genealógicas, Joaquina é filha de Antônio Dias de Arzão e Úrsula Maria da Conceição, o que quer dizer que eles são tetravós de Paulo Roberto. Mas falta uma fonte documental para essa afirmação. As árvores genealógicas simplesmente fazem a ligação, sem mencionar a fonte.

Tendo como verdadeira a ligação, vamos adentrar agora numa história que começa em Flandres, na Europa, e termina na trisavó de Paulo Roberto da Silva:

CORNELIUS VAN HARZING (Cornélio de Arzão)

Cornelius van Harzing, natural de Brugge, (Flandres Ocidental - Bélgica), veio para o Brasil em 1609 para construir engenhos de ferro. Casou-se com Elvira Rodrigues. Aqui no Brasil ele "abrasileirou" seu nome para Cornélio de Arzão. Foi denunciado várias vezes por não seguir a fé católica, e nas notas de um Interrogatório da Inquisição, ele se declarou calvinista.
Era um homem bem assalariado devido à  sua profissão, mas os bens foram confiscados em 1628, quando foi excomungado (segundo o inventário de partilha).

Como recebeu nova sesmaria, peticionada ao capitão-mor Alvaro Luiz do Valle, deixou bens a inventariar quando morreu. Seu inventário mostra que ele morreu em 30 de outubro de 1638, em São Paulo. Deixou seis filhos como herdeiros, entre os quais Susana, que tinha 14 anos na época.

Sua descendência se destacou pelo bandeirismo e descoberta de ouro. Alguns filhos bandeirantes tem artigos na wikipédia, como Cornélio e Manuel. Um neto descobriu ouro na região do Serro (MG).
Descendentes dele, mesmo em Itajaí, ainda são relacionados à busca pelo ouro.


SUSANNA RODRIGUES DE ARZÃO


Susana, quarta filha de Cornelius segundo lista do inventário do pai, nasceu em São Paulo por volta de 1624 (segundo o site FamilySearch, sem citar fontes do nascimento). Foi casada com Pedro Dias Botelho, filho de João Dias e Leonor Botelho. Teve três filhos: João, Cornélio e Maria. Susanna faleceu em 1650, quando nasceu sua terceira filha. Não se sabe hoje se um evento causou o outro, mas em tempos de medicina precária, a dúvida não é sem sentido.


JOÃO DIAS DE ARZÃO

Nasceu possivelmente em 1644, em São Paulo. É chamado em algumas obras de "o sesmeiro do rio Itajaí". Foi casado com Maria Pedrosa (ou Pedroso). O FamilySearch indica que ela nasceu por volta de 1648 e faleceu em 1700. Exerceu o cargo de Juiz ordinário da Câmara da vila de Nossa Senhora da Graça do Rio de São Francisco, em 1680-81.

Morreu em 1698, assassinado. Eis um relato de como se deu sua morte:
"Foi êle assassinado, em 1698, por um carijó da administração de Manuel Dias Velho (irmão do Capm. Francisco Dias Velho, colonizador da ilha de Santa Catarina). Fôra João Dias Arzão tomar uma satisfação a Manuel Dias Velho. Discutiam ambos, êste à janela de sua casa e Arzão da parte de fora, quando se aproximou Ascenço Dias, filho bastardo dêste. Percebendo Manuel Velho que êste vinha disposto a matá-lo, deu de mão à uma espingarda, mas foi logo abatido por tiro certeiro de Ascenço. Um caboclo carijó de Manuel Velho, vendo seu amo morto, abateu também com um tiro a João Dias de Arzão que, transportado para sua residência faleceu dois ou três dias depois. O assassino de Arzão fugiu para Guaratuba onde Ascenço, que o perseguira, o matou, segundo testemunho de um tal Jorge Chaves." - Os primeiros moradores do Itajaí. Lucas Alexandre Boiteux. Blumenau em Cadernos. Tomo I, nº 3, janeiro de 1958, págs. 47-51.

JOÃO DIAS DE ARZÃO, o filho

Há problemas com as datas desse João, porque se diz que nasceu por volta de 1708, mas se conta que seu pai morreu em 1698, duas datas inconciliáveis. João foi casado com Maria Francisca do Rosário, filha de açorianos da Ilha Terceira.
João Morreu afogado no rio Itajaí, em 4 de novembro de 1797, com 90 anos.

MATHIAS DIAS DE ARZÃO

Chegamos aos Avós de Joaquina e pentavós de Paulo Roberto da Silva. Mathias nasceu em 1740, em São Francisco do Sul. Mathias foi casado com Izabel Nunes da Silva, falecida em 13 de Outubro de 1812. Moravam em Itajaí quando ela morreu.

Mathias era sesmeiro, tendo recebido sua sesmaria em 1794, em Itajaí. A publicação "Pequena História de Itajaí", de Edison d´Ávila (1982) afirma que essa fazenda, ou sesmaria, ficava nas terras da barra do Rio. Diz a publicação "Blumenau em cadernos, no seu 1º Tomo:
Paulo J. Miguel de Brito, em sua preciosa “Memória política” (1816) ao referir-se a Itajaí, escreveu que o fundeadouro do pôrto “é defronte de uma Fazenda de lavoura, chamada do Arzão, única que com casa ali se encontra”.
Há uma lenda urbana em Itajaí envolvendo sua casa e tesouro. É dito que ele tinha tesouro guardado, e saindo para o interior do Vale do Itajaí, deixou uma mulher da sua casa, uma serva ou talvez uma de suas filhas, como guardiã do tesouro. Alguns que souberam da ausência de Mathias, foram até a fazenda dele para apoderar-se do tesouro, mas a guardiã não revelou a localização dele, pagando o segredo com a vida. Até hoje se conta que a moça continua sendo a guardiã dos tesouros, fazendo suas aparições naquelas terras.

Mathias era dono de escravos. Faleceu em 1820.

ANTONIO DIAS DE ARZÃO

Antonio nasceu em São João Baptista de Itapocoroya (Penha, SC), aproximadamente em 1783. Segundo menção feita no site Family Search, Antonio "Em 1842, devia 3$700 réis no inventário do Ten.Francisco Lourenço da Costa (Arquivo Judiciário Francisquense). Era Juiz de Paz respeitável e rico."
Antonio foi casado com Úrsula Maria da Conceição. Ele Faleceu em 26 de Novembro de 1843, em Itajaí. Este casal, segundo se relata, são os pais de Joaquina Maria, e tetravôs de Paulo Roberto.


Eis a linhagem apresentada:
Cornelius van Harzing (Flandres) - Suzanna Rodrigues de Arzão - João Dias de Arzão - João Dias de Arzão filho - Mathias Dias de Arzão, Antonio Dias de Arzão - Joaquinha Maria da Silva - Flaviana Maria da Conceição - Nicolau Marques da Silva - José Domingos da Silva - Paulo Roberto da Silva.



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Fontes:

Registro de batismo de José Domingos da Silva
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Batismos 1910, Dez-1912, Maio - Reg nº 429
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-9BJ8?i=61&cc=2177296

Registro de nascimento de Rosa Paulo
Registro Civil - Itajaí - Nascimentos 1916, Fev-1917, Out - Reg nº 29
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-XSS6-MH?i=109&cc=2016197

Registro de óbito de José Domingos da Silva
Cartório Yeda de Menezes - Joinville - Óbitos - fls 276, livro nº 27-C, termo 4138
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-61D9-K4K?i=309&cc=2016197&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3AZ19P-QTPZ

Registro de óbito de Rosa Paulo
Registro Civil - Joinville - Boa Vista - Óbitos 1992, Jul-1995, Jul - pág. 118, reg nº 4856
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-XSS6-MH?i=109&cc=2016197

Registro de batismo de Nicolau Marques da Silva
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Batismos 1869, Mar-1874, Nov - pág. 91v
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-9LZ7?i=97&cc=2177296

Registro de óbito de Nicolau Marques da Silva
Registro Civil - Itajaí - Óbitos - Livro nº 21 - 1914, Jan-1914, Ago - pág. 164, reg nº 59
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-X9YS-MVP?i=22&wc=MXYP-PP6%3A337701001%2C337701002%2C339073001&cc=2016197

Registro de óbito de Maria das Dores Paulo
Registro Civil - Itajaí - Óbitos - 1937, Fev-1938, Out- pág. 165, reg nº 2847
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-6189-N35?i=163&wc=MXYY-DNT%3A337701001%2C337701002%2C340192901&cc=2016197

Registro de batismo de Antonio Martins da Silva
Freguesia da Nossa Senhora da Ajuda - Batismos, livro 24, 1829-1839
https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4812368

Registro de casamento de Antonio Martins da Silva
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Matrimônios 1857, Jan-1865, Fev
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-6RSS-6Y2?i=17&cc=2177296

Registro de óbito de Antonio Martins da Silva
Registro Civil - Itajaí - Óbitos - 1903, Jun-1905, Nov- pág. 37 (Img 39)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-X9YS-QGL?i=38&cc=2016197

Registro de batismo de Flaviana Maria da Conceição
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Óbitos 1838-1845* - pág. 44 (Img 45)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-SMQ1?i=44&cc=2177296
*Apesar de constar que é um livro de óbitos, o registro em questão é de batismo

Registro de óbito de Flaviana Maria da Conceição
Registro Civil - Itajaí - Óbitos 1895, Maio-1896, Maio - pág. 18 (Img 20)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-X92T-C5?from=lynx1UIV8&treeref=LB6G-P3R

Registro de óbito de João Gonçalves da Silva
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Óbitos 1880, Nov-1891, Set - pág. 58 (Img 60)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-9KL7?i=59&cc=2177296

Registro de óbito de Joaquina Maria da Silva
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Óbitos 1880, Nov-1891, Set - pág. 87 (Img 92)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-9K2X?i=91&cc=2177296

Depoimento de Rodrigo Duarte Maia
Obtido por entrevista oral em 19 de fevereiro de 2019

Depoimento de Armando Burg
Obtido por entrevista oral em 21 de fevereiro de 2019

Depoimento de Erasmo Vieira
Obtido por entrevista escrita em 22 de fevereiro de 2019

Depoimento de Mario Colin
Obtido por entrevista oral em 18 de agosto de 2024

Paulo Roberto como suplente do Conselho de Acompanhamento e Controle Social, do Programa de Renda Mínima vinculado à educação Bolsa-Escola
Decreto nº 10185, de 1º de agosto de 2001 e nº 11287, de 14 de agosto de 2003.

Notas do Interrogatório da Inquisição do réu Cornelio Arzam 
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/72612634

Inventário de partilha dos bens do falecido Cornélio de Arzão
https://www.familysearch.org/photos/artifacts/72599116

Informações sobre João Dias de Arzão
Os primeiros moradores do Itajaí. Lucas Alexandre Boiteux. Blumenau em Cadernos. Tomo I, nº 3, janeiro de 1958, págs. 47-51.
Também disponível em:  https://www.magru.com.br/wp/wordpress/wp-content/uploads/2015/01/itajai_fundador.pdf

Árvore genealógica que liga Joaquina a Antonio Dias Arzão
http://www.mafra.com.br/genealogia/getperson.php?personID=I025106&tree=arfamis001

Registro de óbito de Antonio Dias Arzão
Itajaí - Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Óbitos 1838-1845 - pág. 118 (Img 122)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-SMHX?i=121&cc=2177296

Lenda da guardiã do tesouro de Mathias Arzão:
Diarinho (on-line) Itajaí, 15 de outubro de 2018
https://diarinho.com.br/colunistas/coluna-do-magru/lendas-urbanas-a-mulher-de-branco/

Mathias Dias Arzão, dono de escravos:
A DIÁSPORA AFRICANA NA FOZ DO RIO ITAJAÍ (SC) NOS SÉCULOS XVIII e XIX

Registro de óbito de Isabel Rosa Nunes da Silva
Penha - Igreja Nossa Senhora da Penha - Óbitos jan-1791 a ago-1837 - pág. 34, (Img 38)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-SWX2?i=37&cc=2177296

Outras informações sobre a família Arzão:
A Descendência de Cornélio de Arzão em Santa Catarina;
http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/1990/BLU1990011-012.pdf

2ª Adenda à Família Arzão - "Blumenau em Cadernos", Tomo XXXIII nº 3, mar/1992, p.91-96;
http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/blumenau%20em%20cadernos/1992/BLU1992003.pdf

Genealogia Paulistana, 7ª edição, 1905 - Luiz Gonzaga da Silva Leme - Pág. 325
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Arzam.htm


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O CAPITÃO-MOR SALVADOR DE SOUSA BRITO (Dois descendentes que se unem no século XX)

O Capitão-Mor Salvador de Sousa Brito é um personagem com alguma relevância para a história da região de Florianópolis, e até para Santa Catarina. Diz seu artigo na wikipedia que Salvador nasceu na Ilha Grande, atual Angra dos Reis, (Rio de Janeiro), por volta de 1676.

Salvador encabeça a lista dos governadores de Santa Catarina, como comandante da Ilha de Santa Catarina, iniciando seu mandato em 1711 (alguns historiadores apontam para 1715), num período de comandos militares que perdurou até 1739.

Salvador estava entre os que a historiografia regional chamou de "segundos povoadores" da região, um grupo de pessoas que foi responsável pela manutenção e continuidade do povoado do Desterro, atual Florianópolis. Vitor Hugo Bastos Cardoso (2013) na sua dissertação, informa que Salvador sabia ler, escrever e tinha recursos. Ele veio com o posto de Capitão-Mor das Ordenanças. Cardoso, citando Lucas Boiteux, ainda afirma que a Enseada de Brito, na Palhoça (SC), recebeu esse nome em homenagem à Salvador de Sousa Brito. Isso contraria outra teoria que diz que a Enseada homenageia na verdade Domingos de Brito, fundador de Laguna.

Salvador e seu concunhado Manoel Manso de Avelar tem destacados papéis na comunidade. São reconhecidos por Vitor Hugo Bastos Cardoso como líderes da comunidade crescente do Desterro. Salvador de Sousa, inclusive, é citado como juiz em uma disputa de locais com sesmeiros paulistas recém-chegados.


Descendentes do Capitão-Mor: Muitas gerações depois.


O Capitão-Mor teve pelo menos duas filhas, Antonia e Andreza.

Andreza é antepassada de Paulo Pinheiro, pai dos escritores do Blog. Antonia tem entre seus descendentes Maria da Graça Hartkopf, que também é mãe dos escritores do Blog. Depois de 9 a 10 gerações, esses dois descendentes do afamado capitão se uniram pelo matrimônio.

Vamos agora fazer o caminho genalógico de Paulo Pinheiro até Andreza e depois de Maria da Graça até Antonia.


 De Paulo Pinheiro até o Capitão-Mor


Paulo Pinheiro é filho de Geraldo Francisco Pinheiro Filho. Conhecido como "Geraldino", a ascendência de Geraldo é estudada com cuidado no artigo: Estácio, Que Estácio? Para chegar até o capitão-Mor Salvador de Sousa Brito, primeiro visite o artigo acima mencionado até encontrar Maria Francisca Alexandrina de Jesus, seguindo a linhagem através das pessoas abaixo descritas:

Aqui resumimos que Paulo Pinheiro é filho de:
Geraldo Francisco Pinheiro Filho; filho de
Geraldo Francisco Pinheiro; filho de
Maria Francisca Alexandrina de Jesus (Estacio)

Pois bem, no outro artigo não falamos sobre a ascendência de Maria Francisca Alexandrina (ou Maria Luiza, segundo certo documento). Por isso a partir dela, daremos mais detalhes aqui. Ela era filha de Francisca Maria de Jesus (Machado). Francisca Maria nasceu em 20(?) de dezembro de1838 e foi batizada em 10 de fevereiro do ano seguinte, na paróquia de São Miguel (Biguaçu). Francisca se casou com Luiz Florencio Machado na Matriz de São Miguel, em Biguaçu (SC), em 13 de Fevereiro de 1858.

Francisca Maria é filha de João Silveira de Amorim, casado com Maria Machado de Jesus. 

Conforme estas mesmas genealogias, João Silveira é filho de Ana Joaquina de Amorim, que casou-se com Vitorino Silveira de Ávila.
Nota: Apesar de encontrarmos árvores que fazem essas conexões, ainda não encontramos documentos de Ana Joaquina.

Ana é filha de Manoel de Amorim Pereira. Manoel foi batizado na matriz da Nossa Senhora do Desterro em 26 de Julho de 1755. Manoel casou-se com Mariana Joaquina, nascida em São José, SC.

Manoel é filho de Antonio de Amorim Pereira. Em alguns registros, como o de batismo de Manoel, não aparece o sobrenome Pereira. Antonio casou-se com Rosa Maria da Silveira, nascida na Freguesia do Espírito Santo, na ilha do Faial (Açores).

Antonio é filho de Andreza de Souza. Chegamos aqui, 9 gerações antes de Paulo Pinheiro, na filha do Capitão-Mor Salvador.

Registro de Batismo de Manoel de Amorim Pereira, com os nomes dos pais, Antonio de Amorim e Rosa Maria e dos avós Manoel Amorim e Andreza de Souza. 


 De Maria da Graça Hartkopf até o Capitão-Mor


Maria da Graça é filha de Maria de Lourdes Moraes, conhecida como "Mariquinha". A Ascendência de Mariquinha é analisada no artigo SOBRE OS MORAIS (e outros mais...). Naquele artigo é possível estudar a genealogia de Mariquinha até o Alferes Elias José Rachadel, bisneto de Salvador de Sousa Brito. Resumidamente, os elos são esses:

Maria da Graça Pinheiro, filha de
Maria de Lourdes Moraes, filha de
Otavio de Moraes, filho de
Felicidade Eufrazia dos Santos, filha de
Benta Infancia da Conceição, filha de
Lauriana Infancia da Conceição de Medeiros, filha do
Alferes Elias José Rachadel.

O Alferes Elias era filho do capitão Antonio Rodriges Rachadel (ou Raxadel). Antonio nasceu em Paranaguá (PR) por volta de 1722. Na época o município abrangia uma porção de terras maior que hoje. Em 27 de Abril de 1750, o capitão Antonio desposou Maria Clara de Jesus, que nasceu por volta de 1730. Ela é de Feteira, Horta, Faial, Açores.
Antonio veio a óbito em 3 de Julho de 1808.

Conforme o registro de casamento do capitão nos mostra, seu pai se chamava Domingos Antonio Rachadel e sua mãe Antonia de Souza. Domingos é italiano, e seu nome original era Domenico Ricciardelli. Nos documentos no Brasil seu nome foi abrasileirado para Domingos e seu sobrenome para Rachadel (Raxadel). Essa Antonia que casou com Domingos é filha do Capitão-Mor Salvador de Sousa Brito, alvo principal deste artigo.


 Maria da Graça Hartkopf e Paulo Pinheiro


Como vimos, Maria da Graça, através dos Moraes, e Paulo, subindo por sua linhagem paterna por um tempo, acabam tendo um antepassado em comum: O Capitão-Mor Salvador de Sousa Brito. Paulo nasceu em 14 de Abril de 1949, em Tijucas (SC). Os ancestrais paternos do pai dele eram de Biguaçu (SC) por várias gerações. Os ancestrais paternos da mãe dele eram de Tijucas (SC) também por várias gerações, e podem ser estudados nesse artigo: "Os Machados em Tijucas".

Paulo casou-se com Maria da Graça Hartkopf. Ela nasceu em Joinville (SC) em 1 de Julho de 1952. Tristemente faleceu em 2014. Já passamos um link para o artigo que estuda a ancestralidade materna dela. A paterna pode ser analisada no artigo "Os Hartkopfs, da Prússia para Joinville".


Por Patrik Roger Pinheiro,
com estimado apoio de Charles Sandre Pinheiro, quem descobriu o fato de dois descendentes do Capitão-Mor Salvador de Sousa Brito terem se casado e serem nossos pais.

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FONTES:

CARDOSO, Vitor Hugo Bastos. As dinâmicas político-territoriais de uma comunidade periférica no sul da América Portuguesa: a ilha de Santa Catarina e seu continente, 1680- 1750. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2013.

Ano do nascimento e casamento de Salvador de Souza Brito:
https://geneall.net/pt/nome/1300655/salvador-de-souza-britto/

Batismo de Francisca Maria:
Registros da Igreja Católica, Biguaçu São Miguel Batismos 1836, Ago-1839, Jul, fl 48V (IMG 51)
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-SZQ2?i=50&cc=2177296&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3AQKJL-YC1V

Casamento de Luiz Florencio e Francisca Maria:
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-65X9-CMD?i=23&cc=2177296

Batismo de Manoel Amorim, onde aparecem os nomes do pai Antonio e da Vó Andreza de Souza:
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3SB-51Y?i=75&cc=2177296

Casamento do Capitão Antonio Rodrigues Rachadel:
Florianópolis, Catedral da Nossa Senhora do Desterro - Matrimônios 1714, Out-1775, Dez - Página 56
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3SB-1MX?i=57&wc=MFKF-VZ9%3A1030404601%2C1030404602%2C1030527101%3Fcc%3D2177296&cc=2177296

Óbito de Antonio Rodrigues Rachadel:
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S1-51Z?i=78&wc=MFKF-5WL%3A1030404601%2C1030404602%2C1030529301&cc=2177296

Dados de Domingos Antonio Rachadel:
https://geneall.net/pt/nome/1246193/domingos-antonio-ricciardelli/

Costado de Antonia de Sousa:
https://geneall.net/pt/antepassados/1246194/antonia-de-souza/


quarta-feira, 29 de agosto de 2018

SOBRE OS MORAES, e outros mais...

Maria de Lourdes, criança
Foto danificada recuperada pelo
artista Estevão Teuber Pereira 
Uma pessoa sentimental e de voz meiga, alguns lembrarão assim de Maria de Lourdes Moraes, uma joinvilense que deixou saudades. Apelidada carinhosamente de "Mariquinha", Maria de Lourdes
nasceu em 9 de fevereiro de 1933.

Na flor dos seus 18 anos, Mariquinha encantou um jovem descendente de imigrantes germânicos, Lauro Hartkopf. O jovem era dono de terras e conhecido próximo da família, por isso a família Moraes se agradou dele. Casaram-se em 28 de julho de 1951, em Pirabeiraba, Joinville (SC). Nesse momento, Maria abandonou o nome Lourdes e adotou o nome de Maria Moraes Hartkopf.
(Conheça os antepassados de Lauro Hartkopf no artigo "Os Hartkopfs, da Prússia para Joinville")
Maria de Lourdes Moraes,
a "Mariquinha"

Porém, segundo a filha do casal, Maria da Graça Hartkopf [Pinheiro], o casamento foi arranjado e deu-se contra a vontade de Mariquinha. Essa união sem amor só uma filha gerou, e o casal separou-se. O tribunal de justiça expediu uma carta datada de 27 de junho de 1974, apresentando sentença em favor do desquite. Em 24 de janeiro de 1992 a separação foi legalmente convertida em divórcio.

Mariquinha constituiu nova família com João Maria Silveira. Ela veio a óbito em 3 de novembro de 2016, com 83 anos. Mas quem foram os antepassados de Maria de Lourdes Moraes? Vamos entrar numa história que retorna até o Brasil Colonial e as imigrações açorianas e portuguesas para essas terras ultramarinas...

GERAÇÃO DOS PAIS


Os pais de Maria de Lourdes foram Otavio de Moraes, cujo apelido era "Avico" e Maria da Costa, também chamada de Dorcília. Otavio (batizado como Octavio) nasceu em 27 de Janeiro de 1899 segundo registro de batismo e lápide no seu túmulo. Porém, o registro de casamento da filha Mariquinha aponta 1900 como ano de seu nascimento, um erro, já que ele foi batizado em 29 de junho de 1899. Os padrinhos dele foram João da Rocha Coutinho e Maria Isabel dos Santos.

Dorcília nasceu em 6 de julho de 1909.

Registro de Batismo de Otavio de Moraes




Otavio faleceu em 25 de Setembro de 1972, e Dorcília em 1982.

GERAÇÃO DOS AVÓS DE MARIA DE LOURDES  

Ursula Amalia Borges

Avós Paternos: Como o registro de batismo de Otávio mostra, o nome do pai dele era Salustiano Joaquim de Moraes. Ele nasceu, segundo consta em Paraty, atual Araquari. Em 15 de fevereiro de 1896, Salustiano casou-se com Felicidade Eufrazia dos Santos, uma moça nascida em 24 de junho de 1865, em Santo Amaro da Imperatriz (SC).

Avós MaternosAntonio Mathias da Costa, pai de Dorcília, nasceu em 17 de março de 1876. Em 9 de Novembro de 1904, já com 29 anos, Antonio desposou Ursula Amalia Borges, nascida em 13 de novembro de 1886. Segundo as memórias de Maria da Graça, Ursula abandonou marido e filhos.

Este foi o segundo casamento de Antonio. Em 3 de Dezembro de de 1898 ele se casara com Maria Magdalena. Ele tinha 23, ela, 22 anos. Para infelicidade do casal, a moça faleceu logo, porque seis anos depois ele se casava com Ursula, na condição de viúvo.

Antonio faleceu em em 15 de novembro de 1954, às 3 da madrugada.
Assinatura de Antonio Mathias da Costa




GERAÇÃO DE BISAVÓS DE MARIA DE LOURDES

Bisavós Paternos

Pais de Salustiano: José Joaquim de MoraesFrancisca da Vega Coutinho José nasceu por volta de 1814 e casou-se com Francisca em 19 de maio de 1867, na matriz São Francisco Xavier, em Joinville. Foram as segundas núpcias de José Joaquim, haja visto que ele ficou viúvo de Rita Maria. Há indícios de que Francisca já tinha filhos, talvez como mãe solteira. José faleceu em 10 de agosto de 1894, com 80 anos, de febre.

Pais de Felicidade: João Antonio dos Santos e Benta Infancia da Conceição. João nasceu em 1836, em São José (SC) e Benta foi batizada em 26 de dezembro de 1835, em São José (SC). O casamento deles se deu em 29 de outubro de 1861, na Igreja Santo Amaro do Cubatão (Santo Amaro da Imperatriz SC).


Bisavós Maternos

Pais de Antonio Mathias da Costa: Francisco Budal da Costa e Balduína Maria de Jesus. Os nomes deles aparecem no documento de casamento do filho. No registro do primeiro casamento de Antonio Mathias, Francisco é listado como "Francisco de Sá da Costa". Ambos são de São Francisco do Sul.

Pais de Ursula Amalia Borges: Joaquim Jacintho Borges e Maria Ana Borges. Igualmente, os nomes deles aparecem no documento de casamento do filha.


GERAÇÃO DE TRISAVÓS DE MARIA DE LOURDES


A partir dessa geração faltam alguns nomes na pesquisa e quando há informação, algumas vezes temos o nome do antepassado e nada mais:


Trisavós Paternos

Pais de José Joaquim de Moraes: Manoel Joaquim de Moraes e Vicencia Alves da Silva. Vicencia faleceu em 3 de outubro de 1873 com cem anos. Nasceu portanto por volta de 1773. 

Pais de Francisca da Vega Coutinho: Desconhecidos.

Pais de João Antonio dos Santos: Antonio José dos Santos e Eufrazia Luiza Ramos, conforme aparece no documento de casamento de João Antonio e Benta. Antonio nasceu em 1810 em São José (SC) e Eufrazia em 1815.Sobre Eufrazia, não deixe de ler o subtítulo "Eufrazia Luiza Ramos - Uma Linhagem mais ampla".

Pais de Benta Infancia da Conceição: Lourenço José de Medeiros e Lauriana Infancia da Conceição, conforme aparece no documento de casamento de João Antonio e Benta. 


Trisavós Maternos

Pais de Francisco Budal da Costa: Polidônio de Sá e Isabel Budal.

Pais de Balduina Maria de Jesus: José Manoel Garcia Maria Alves Cardoso.

Pais de Joaquim Jacintho Borges: Desconhecidos.

Pais de Joaquim Maria Ana Borges: Desconhecidos.


EUFRAZIA LUIZA RAMOS - uma linhagem mais ampla

Ilha Açoriana do Pico, origem de Severino,
pentavô de Maria de Lourdes
Pouco se sabe sobre os tetravós de Maria de Lourdes Moraes, mas uma linhagem segue melhor documentada. São os antepassados de Eufrazia Luiza Ramos. Eufrazia é trisavó da nossa "Mariquinha", personagem central dessa pesquisa.

Eufrazia é filha de Severino Francisco da Rosa e de Luisa Caetana Ramos, tetravôs de Maria de Lourdes Moraes.  Severino nasceu em 1778 em São Jose da Terra Firme (atual município de São José-SC) e morreu em 1855.

Documento de batismo (1753),
de Francisco José Ramos,
6º Avô de Maria de Lourdes
(Clique para ver ampliado)
Os pais de Severino (avós de Eufrazia e pentavós de Mariquinha) são Manoel Francisco da Rosa e Antonia Ribeiro. Manoel é imigrante açoriano e nasceu na ilha do Pico, em 1757.

Os pais de Luisa Caetano (igualmente avós de Eufrazia Luiza e pentavós de Mariquinha) são o Capitão Francisco José Ramos e Felicia Rosa de Santana. Aqui novamente chegamos à Portugal, pois se registra que o capitão nasceu em 1752, em Lisboa. Foi batizado na paróquia de São Cristóvão. O pai dele, bisavô de Eufrazia Luiza e 6º avô de Mariquinha chamava-se Manoel Ramos, e nasceu na cidade do Porto, Portugal. Sua esposa era Brizida Tereza


De Maria de Lourdes à Manoel Ramos: 8 gerações

ANTEPASSADOS DE BENTA INFANCIA DA CONCEIÇÃO - dos Açores para o Brasil


Como já dissemos, os pais de Benta eram Lourenço José de Medeiros e Lauriana Infancia da Conceição. Relembramos o leitor de que Benta é bisavó de Maria de Lourdes, a "Mariquinha". Lourenço foi batizado em 7 demaio de 1801, na Matriz de São José da Terra Firme, SC (Livro de Batismos 1784/1801, fls.335).


 TETRAVÓS DE MARIA DE LOURDES

Os pais de Lourenço, avós de Benta e tetravós de Maria de Lourdes foram Joaquim Lourenço de Medeiros, nascido em São José da Terra Firme, SC e Perpétua Laureana de Mello, nascida no mesmo lugar. O casal teve 10 filhos, sendo o terceiro o nosso Lourenço.

Os pais de Lauriana Infancia, igualmente avós de Benta e tetravós de Maria de Lourdes, foram Elias João Furtado e Damianna Ignacia. 

PENTAVÓS DE MARIA DE LOURDES

Ilhas Açorianas: contornadas em vermelho estão as ilhas Faial
e do Pico, onde nasceram alguns dos antepassados de Maria de Lourdes
Joaquim Lourenço de Medeiros era filho de Lourenço Duarte Medeiros e Maria Francisca da Sylveira. Que o leitor lembre-se de que o casal agora citado é bisavô de Benta Infancia, e, por isso, pentavô (5º avô) de Maria de Lourdes. Lourenço Duarte nasceu em 10 de agosto de 1716 em Madalena, Ilha do Pico (Açores). Maria Francisca nasceu Castelo Branco, Ilha do Faial (Açores). Casaram-se em 10 de maio de 1749  na Matriz de Santa Maria Madalena da Ilha do Pico.

A genealogia de Benta Infancia da Conceição ainda percorre muitas gerações conhecidas, mas isso será tratado num artigo futuro. Por agora, resta o orgulho de conhecer alguns antepassados que nasceram aqui antes da independência do Brasil, e outros que nasceram n'além mar, nos Açores e Portugal.


Por Patrik Roger Pinheiro,
com estimado apoio documental de Charles Sandre Pinheiro 

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FONTES:

Dados gerais: Árvores genealógicas disponíveis na internet.

Batismo de Otaviano de Moraes
https://familysearch.org/ark:/61903/3:1:939Z-YR94-C5?cc=2177296&wc=MFKJ-L38%3A1030401301%2C1030401302%2C1030470701

Casamento de Antonio Matias da Costa (pai) e Ursula Amalia Borges
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:939Z-YR98-NG?i=172&cc=2177296&cat=161734

Falecimento de Antonio Matias da Costa (pai)
Registro Civil, Joinville, Pirabeiraba, Óbitos 1953, Maio-1973, Jul | Registro nº 958 de 1954
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HT-XXHR-CW?i=21&wc=MXYB-NWL%3A337702401%2C341029101%2C341087401&cc=2016197

Casamento de José Joaquim de Moraes e Francisca Maria
Igreja Católica, Joinville, São Francisco de Xavier. Livro de casamentos nº1 - jan 1858 - jun 1871
https://www.familysearch.org/search/film/004001479?i=66&cc=2177296

Falecimento de José Joaquim de Moraes 
Registro Civil, Joinville, Óbitos jan 1894-jan 1895 | Registro nº 148
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-65B9-GWT?from=lynx1UIV8&treeref=2BL7-2YP&i=52

Batizado de Benta Infancia
Registros da Igreja Católica, São José (SC), Batizados, 1832-1840, pg 71v
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-9V5B?i=76&cc=2177296&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3AQL9M-8KPB

Casamento de João Antonio dos Santos e Benta Infancia
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:9Q97-Y3S9-982F?i=12&wc=MFKN-3M9%3A1030402001%2C1030402002%2C1030483501&cc=2177296

Nascimento de Felicidade Eufrazia dos Santos e ascendentes de Benta Infancia
http://www.familiasilvamattos.com.br/familia_medeiros.html

Batismo do Capitão Francisco José Ramos
https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4818864
imagem PT-ADLSB-PRQ-PLSB38-001-B3_m0707.jpg

Falecimento de Vicencia Alves da Silva
Registros da Igreja Católica, Paraty(Araquari), Senho Bom Jesus, Óbitos 1859, Fev-1874, Dez, fl 92v
https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-6LPK-RJ?from=lynx1UIV8&treeref=LTW5-TLG&i=96

Capitão João Machado Santiago - Um dos primeiros Prefeitos de Biguaçu

Era o ano de 1833. Nosso país já era independente de Portugal e Dom Pedro I já tinha saído do Brasil e estava brigando com seu irmão Miguel ...

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